A brisa do mar pairava constantemente no ar, a areia fina e quente entrelaçava-se nos dedos dos meus pés, os sabores cabo-verdianos faziam-se sentir a cada garfada e os sorrisos energéticos e contagiantes dos demais alegravam-me. Recordo assim os meus 7 dias em Sal, Cabo Verde.
Apesar do “J” já ter no seu passaporte três continentes carimbados, até ao ano passado eu nunca tinha saído da Europa. Por isso, quando surgiu a possibilidade de fazermos umas férias a dois, num local paradisíaco, a primeira decisão que tomámos foi que estas seriam passadas fora do único continente que eu conhecia. Após uma exaustiva pesquisa de destinos, vôos, transfers, hóteis e atividades para fazer durante a estadia, Cabo Verde foi o país que, não só ficava no nosso budget, como também completava todos os requisitos da nossa checklist.
Onde ficar
Após escolher o destino e saber em que área da ilha queria ficar alojada e estender a minha toalha de praia durante os 7 dias em Sal, escolher o hotel foi tarefa fácil. Assim que vi o Riu Palace Cabo Verde numa das brochuras de uma agência de viagens, soube de imediato que aquele era o local ideal.
Para além da sua localização fantástica junto à praia e apenas a cinco minutos do centro de Santa Maria, este hotel tem três restaurantes variados para além do serviço buffet, café, bar, piscina com serviço bar, discoteca e ainda proporciona atividades ao longo do dia e ao anoitecer. Ao ficar hospedado neste hotel, é-nos ainda permitido aceder ao Hotel Riu Funana e usufruir da sua piscina, bar e spa.
A nossa estadia foi simplesmente de sonho!
O que fazer e visitar
- Relaxar na praia (claro!)
- Visitar Santa Maria
- Fazer uma day tour pela ilha
- Ver o “Olho Azul”, em Buracona
- Flutuar nas Salinas de Pedra de Lume
- Assisitr ao nascimento de tartarugas na praia – esta atividade só é possível numa determinada altura do ano
As praias de areia fina e de tom dourado, e a água azul cristalina e morna são, sem qualquer dúvida, o ponto alto desta ilha africana. Porém, este pequeno pedaço de terra rodeado pelo Oceano Atlântico tem diversos locais que facilmente nos tiram o fôlego e nos fazem querer voltar. Dos 7 dias em Sal, dois foram para conhecer Santa Maria e explorar a ilha. Poderia(mos) ter realizado mais atividades, mas o intuito desta lua de mel de namorados era descansar, repor energias e voltar para os Países Baixos com um bronzezinho.
Do nosso hotel até ao centro de Santa Maria são aproximadamente cinco minutos de táxi. A cidade, a sul da ilha, é preenchida por hotéis, bares de música ao vivo, mercados típicos e edifícios cor pastel e terra que contrastam com as mais de cinquenta sombras de azul. De manhã, no pontão, pescadores atracam os seus pequenos barcos, descarregam o peixe acabado de apanhar e as mulheres preparam-no para vender. As crianças passam o seu tempo entre jogos e a brincar com as raias e tartarugas que nadam no seu lar.
Apesar de parecer que escrevo sobre um conto de fadas, a pobreza nesta zona rica é notória. Porém, as pessoas são amáveis, acolhedoras e transmitem uma vibe de “no stress” que nunca encontrei em nenhum outro lugar que já visitei.
Após a primeira saída do hotel até Santa Maria, a curiosidade de descobrir outros locais da ilha foi despertada e acabei por agendar uma day tour com a nossa agência de viagens, a Tui, para o quarto dia de férias. A primeira paragem da tour foi em Palmeira. Nesta pequena vila, encontra-se o principal porto da ilha, o terceiro porto mais movimentado de Cabo Verde no tráfego de carga. Palmeira é uma vila muito pequena, mas tem casas coloridas e belos murais pintados.
A segunda paragem da tour foi no local que eu mais queria conhecer e explorar, Buracona. Neste pequeno paraíso de rocha vulcânica, é possível mergulhar nas piscinas naturais e ver o famoso “Olho Azul”, uma piscina de água salgada dentro de uma rocha que, a dada posição do sol, brilha como uma safira. É simplesmente lindo!
Depois de Buracona, seguimos caminho até Terra Boa. A paisagem seca, a vegetação quase inexistente e a brisa africana que nos rodeia são as principais características deste lugar. No entanto, são as miragens, que nos fazem crer que algo mais existe para além daquele deserto, que tornam este local tão famoso.
A seguir à desértica Terra Boa, a tour parou no Monte Curral, o ponto mais alto de Espargos, a capital da ilha do Sal. Deste lugar, é possível avistar quase toda a ilha (sobretudo, quando as condições climatéricas assim o permitem) e é onde estão localizadas a estação de radar e a torre de controlo do aeroporto (Amílcar Cabral).
Em Espargos, também parámos no Caldeirão Negro, um pequeno restaurante local que nos acolheu e serviu uma ótima refeição.
Pedra de Lume foi o destino após o almoço. Conhecido pela sua cratera de um velho vulcão e da água do mar que se transforma em sal, este local foi um dos mais interesantes de toda a tour. Devido às condições naturais do lago salgado, a água é 27 vezes mais salgada do que a água do mar e, por essa razão, é impossível nadar debaixo de água. Apenas flutuámos! A experiência é simplesmente única e recomendo totalmente uma visita a este local.
O antepenúltimo local visitado foi a aldeia Murdeira. Esta aldeia fica no centro de uma pequena enseada de praia dentro da Murdeira Baía, uma reserva natural conhecida pela sua rica vida marinha subaquática e um pequeno recife de coral. Acredito que num dia de sol e céu limpo, este local junto à praia seja lindíssimo, no entanto, o tempo encoberto e escuro tornou-o no local mais desinteressante de toda a tour.
Próximo da zona dos hotéis e resorts, situa-se o Jardim Botânico e Zoológico da Terra. Numa ilha de cariz vulcânico, onde tudo o que nos rodeia é areia, terra e mar, este espaço repleto de plantas e de verde é simplesmente único e algo até inesperado. Segundo o nosso guia, este local é o preferido entre os habitantes da ilha e é fácil perceber o porquê de assim o ser.
Antes da day tour findar e de cada turista voltar para o seu respetivo hotel, o nosso guia levou-nos até Pedra Lume para todos brindarmos com uma caipirinha junto à beira-mar e ainda nos ofereceu uma pequena escultura em forma de tartaruga.
Os restantes dias da viagem de 7 dias em Sal, Cabo Verde, passaram tão rápido como um pestanejo. Entre as ondas do oceano, experiências gastronómicas, espetáculos ao anoitecer e uma infinidade de fotografias para sempre contemplar, terminou assim um dos melhores verões da minha vida.